sábado, 23 de outubro de 2010

No rio Madeira, as obras de construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio estão em ritmo acelerado, prevendo antecipação do início da geração comercial e ampliação da capacidade inicial dos projetos.  Em Santo Antônio, cerca de 35% das obras civis foram concluídas.  No momento, cerca de 12,5 mil homens estão trabalhando no canteiro de obras, com 2,5 mil trabalhando nas obras dos reservatórios. Eu pessoalmente posso falar que as obras são de tremenda magnitude, mas com os seus “poréns”.
A expectativa é de que o início da geração comercial da usina de Santo Antônio seja concretizado em dezembro de 2011.  Confirmada a data, será uma antecipação de doze meses em relação ao prazo estipulado pelo edital, que estabelecia janeiro de 2013. Tenho lá minha duvidas sobre os impactos e problemáticas em torno disto.
Além da antecipação, o consórcio encaminhou em setembro pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o aumento de potência instalada.  A ideia é instalar quatro unidades geradoras a mais, o que aumentaria em cerca de 300 MW à capacidade da usina, que saltaria de 3.150 MW para 3.450 MW.  Esse aumento exigir mais R$ 750 milhões. Um absurdo, na minha opinião não se necessitava a construção dessa magnitude no Madeira e alem de tudo esse dinheiro investido podia ter outro destino.
A antecipação do início de geração de Santo Antônio permite que o consórcio tenha a possibilidade de vender parte da energia gerada no mercado livre, ampliando sua receita.  Em paralelo às obras, o consórcio tem investido em ações de sustentabilidade no entorno do empreendimento.  Foram aplicados R$ 939 milhões em programas ambientais, de remanejamento das populações urbana e rural e outras iniciativas de melhoria das comunidades. SERÁ???? O valor poderá chegar a R$ 1,2 bilhão.  Trabalha-se no mapeamento de indicadores sociais, ambientais e econômicos sobre o impacto da obra.  "Um dos pontos importantes é o programa Acreditar, feito pela Odebrecht, com a intenção de formar mão de obra na região e que faz com que 80% do pessoal na obra seja local."

As obras da usina hidrelétrica de Jirau também estão em ritmo acelerado.  Cerca de 19 mil pessoas estão trabalhando no momento na construção das casas de força das margens direita e esquerda do empreendimento no rio Madeira.  A expectativa é de que o início de geração do projeto seja em março de 2012 e de que a energia assegurada ingresse no sistema em dezembro de 2012, quase três anos antes do prazo inicial estabelecido no leilão.  O consórcio Energia Sustentável trabalha para ampliar a capacidade da usina, com a instalação de mais seis unidades geradores, o que faria a potência do empreendimento passar de 3300 MW para 3.750 MW.


Hoje, a Energia Sustentável colocará um pequeno lote de energia a ser ofertada no mercado livre.  "É um teste, mas há boa procura, principalmente, do setor comercial, que tem crescido a taxas fortes e está em busca de contratos de médio e longo prazos", diz Paranhos.  Outros leilões podem ser realizados ao longo do tempo com oferta de outros lotes de energia a ser antecipada.  "Acreditamos que o mercado será bom nos próximos anos.  A entrada de energia térmica no sistema deverá elevar o preço das distribuidoras para R$ 140 a R$ 150 o Mwh a partir de 2013 e pode haver um aumento de carga em Itaipu, o que aumentaria o consumo do Paraguai e reduziria as sobras do mercado brasileiro."
No rio Xingu, no Pará, com capacidade instalada de 11 mil MW e geração firme de 4,4 mil MW, a usina hidrelétrica de Belo Monte será a terceira maior do mundo em operação, perdendo só para a usina de Três Gargantas, na China, e a de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.  Em agosto, o consórcio Norte Energia assinou o contrato de concessão da obra, prevista para entrar em operação até 2015.  A usina teve o reservatório reduzido em relação ao projeto inicial e a área de alagamento diminuída em 60%.  Enquanto a média nacional de áreas alagadas pelas usinas hidrelétricas é de 0,49 quilômetros quadrados por MW instalado, Belo Monte impactará apenas 0,04 quilômetros quadrados por MW instalado, não inundando terras indígenas.  O consórcio que toca a obra espera receber até esse mês a licença de instalação dos canteiros de obra.
Será que precisava realmente dessas obras na Amazônia? 
Reflita!!!
Luciana Kuster

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